Oswaldo GuissNasceu na Curitiba de 1922 e teve uma infância feliz, convivendo irmanamente com os primos João e Dedé. Órfão de pai aos 15 anos, contou com a ajuda do irmão Glaucio e com os esforços da mãe para concluir, em 1946, o curso de Farmácia na Universidade Federal do Paraná. Nunca se casou e dedicou-se aos cuidados com a mãe, até a morte dela.
O amigo Francisco conta que “Tio Oswaldo” ingressou em 1947 no quadro de funcionários do então Sanatório Médico-Cirúrgico do Portão (hoje Hospital do Trabalhador), ocupando a função de chefe da farmácia, época em que a maioria dos medicamentos eram manipulados. Naqueles anos o Sanatório era tão longe que nem o ônibus chegava lá.
Entre suas atividades, destaca-se a alfabetização de pacientes com tuberculose, que possivelmente passavam dos 1,5 mil. A família só ficou sabendo que Oswaldo montou um curso reconhecido pela Secretaria de Educação, e que recebia apoio do comércio local para a compra de material escolar, por uma matéria publicada pela Gazeta do Povo, na ocasião em que ele foi homenageado pelo Rotary Clube Portão.
Profundamente religioso, chegava ao Sanatório sempre muito cedo para ajudar na missa e cuidar da “grutinha” que mandou construir. Além de suas atividades, e embora expondo-se à tuberculose, dedicou-se à alfabetização de pacientes pobres, catequizando-os até o batismo. Mesmo após sua aposentadoria, em julho de 1981, e até dias recentes, continuou prestando serviços comunitários diariamente no Hospital do Trabalhador.
Dono de uma risada inconfundível e contagiante, Oswaldo era tido como uma pessoa humilde, alegre e bem-humorada, como conta Rodolfo, que é casado com uma das sobrinhas de Oswaldo. Tinha de memória todas as datas de aniversário de seus parentes e amigos. Nas festas natalinas em família, caracterizava-se de Papai Noel, encantando seus sobrinhos-netos.
Por 50 anos foi amigo do arcebispo dom Pedro Fedalto, que no enterro de Oswaldo, disse: “Amigos, se o Oswaldo não está nos céus, quem de nós estará?”
Dia 9 de março, aos 88 anos, de enfarte.
